A importância da modalização em quatro manifestos produzidos pela UMAR
Sinopse
O presente artigo procura destacar o papel instrumental desempenhado pelo género de discurso “manifesto” na cultura combativa da associação feminista portuguesa UMAR, a qual, desde a sua origem, tem utilizado manifestos quer para reivindicar mudanças, quer para apontar caminhos a seguir. Especificamente, o artigo foca-se em alguns exemplos da construção da modalização em quatro manifestos produzidos pela associação com o objetivo de apurar que papel desempenha a modalização na arte de questionar, criticar e convencer. A análise da modalização nos manifestos da UMAR evidencia o papel central da linguagem enquanto instrumento de intervenção social e política. Nos textos analisados, a modalização é mobilizada para opinar, argumentar, confrontar e apelar à ação, sustentando um discurso de denúncia e de construção utópica. Observa-se o uso articulado da modalização epistémica, que modula graus de certeza e autoridade e da modalização deôntica, que impõe obrigações morais e convoca à responsabilidade coletiva. Estes mecanismos linguísticos não apenas sustentam a argumentatividade dos textos, mas também projetam ideologias e constroem sentidos que oscilam entre a crítica ao presente e a reivindicação de um futuro mais igualitário e inclusivo.
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